o caminho de um passado
faz da vontade acreditar
sem perceber que o passado
não nos leva a nenhum lugar
oh Portugal inconsciente
de que é feito tua bravura?
saiu num ápice e voltou para o ventre
da espera nas ruas da amargura
escreveram sobre o Quinto Império,
Fernando Pessoa - o homem mistério -
tentou ver o que ninguém via;
ver que podiamos sonhar em alcançar
os objectivos entretanto esquecidos
e não sermos uma mentira.
dele sobram as memórias
em plenas marcas na história
e ainda podemos ler.
nós, pois, vivemos na sombra
de uma história passada na glória
que teima em não viver.
a Mensagem que nos deixou
d'Os Lusíadas quase levantou
uma prespectiva cheia de fé.
mas o Império nunca foi o Quinto
e D. Sebastião nunca chegou
em nenhuma manhã de nevoeiro.
nevoeiro é o que somos
na confusão do que queremos ser
a incerteza sem solução.
e que tal soltar a raiva
a velha glória esquecer e
uma nova erguer:
outro sentido para a nação.
13 de Maio 2008
Hugo Sousa