quanto tempo falta até me largares no rio? para o disfarce das lágrimas, é o melhor refúgio. o som cristalino morre nos ouvidos, a dança moribunda não me chega aos pés. da arpa restam as cordas. a madeira serviu para nos aquecer. naquela fogueira ardia a arpa. instrumento dos sonhos, ritmo caótico e tenebroso. perdido nas chamas, queimo o espaço vazio entre o fogo e o olhar. "nunca me deixes", gritava eu na chama vermelha alaranjada, ateada dentro de mim bem junto à cabeça. tu estavas a meu lado só para te aqueceres. quanto tempo falta para me deixares?
peço socorro, arranho a pele e sujo o espelho com sangue de cobra.
19 de Novembro 2007
Hugo Sousa
3 comentários:
gaudio. aplausos. cai o pano. (a arder)
da-me o pano keu queimo.
alpinista
Remete-me à morte de Ofélia em Hamlet de shakespear...pelo menos so faltaram os lirios brancos para mostrar a demência e a tristeza do momento...seja esse qual for...foi.
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