A vida é beleza
para quem tem muita sorte,
ir à rua, ver a Natureza,
olhar em frente e ver a morte.
Saudade dos que cá ficam,
não passa de dor e desagrado,
olhem p'la janela e sintam
o que no mundo se tem passado.
Ouço gritos e sons mudos
dessas pedras da calçada,
vejo gestos desses miúdos
onde a fome tem pesado.
caem lágrimas de meus olhos,
penso em fracasso, sangue e dor,
solto suspiros em alvorada...
peço a alguém quem me dê amor.
É tudo simples e concreto
para quem da vida não teve nada.
É tudo fácil e discreto:
espero a morte de madrugada.
HUGO SOUSA
dia indefinido, mês indefinido, há alguns anos atrás
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