quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Trilho Da Repetição: Silêncio

gosto da minha ingenuidade quando permaneces tão simplesmente em silêncio entre o ruído dos outros. gosto do teu silêncio e do sorriso que esboças quando sentados numa mesa de café os meus olhos se cruzam com os teus e mexo as mãos nervosas entre as pernas e sorris em silêncio. silêncio. sorris em silêncio. sorris. silêncio. sorris e sorris. sorris tão inocentemente: secalhar hoje em silêncio penso que não me queres mesmo com esse teu sorriso e com esse silêncio que permanece em ti quando estamos todos à mesa do café. sorris com um silêncio e mordo os lábios e mexo as mãos nervosas entre as pernas em silêncio. deixo fugir a saudade de não ter saudade de ti, de não ter saudade do teu sorriso em silêncio com as minhas mãos a mexer inquietas entre as pernas e os nossos olhos a tocarem-se em silêncio. repetiçoes. tantas repetições. o sorriso repetido tantas vezes. repetições. devo repetir para cobrir os espaços vazios. com repetições devo cobrir o silêncio que fazes e sorris e mexia as mãos e tocavas nos meus olhos com os teus e faço gestos envergonhados e voltavas a sorrir e sorrias outra vez e ficas em silêncio com sorrisos que eu gosto: quando os nossos olhos trocam olhares: envergonhado como as minhas mãos entre as pernas e na mesa e nas mãos. mãos nas mãos: envergonhado: silêncio silêncioso. sorriso sorridente a sorrir para o meu sorriso sorridente aos olhos a olhar. nem em silêncio consigo, nem com sorrisos consigo, nem com medo consigo conseguir.

fim com sorrisos e com um silêncio, as palavras escritas não falam. silêncio sorrisos e uma troca de olhares que imagino com base nas trocas de olhares que existem, com silencio e sorrisos e mãos inquietas como as minhas que acabaram de escrever tudo isto. fim fim fim fim: silêncio: beijos: silêncio: sorrisos: nada.

6 comentários:

Anónimo disse...

Se o silencio tivesse um som, qual seria?..

Hugo Sousa disse...

Opressão em forma de grito. Um último gemido.

|SuBzEr0| disse...

Eu até tenho medo de comentar aqui, aqui. Sorrio, choro e choro, sorrio outra vez.
Dá sempre merda. Merda.

Enfim...enfi,

Hugo Sousa disse...

Por incrivel que pareça é uma realidade, dá sempre merda. Repetições de peliculas, traços de vida e bocados descolados do esquecimento: a lembrança: dá sempre em merda.

Anónimo disse...

silêncios e sorrisos.
quase parece uma peça de teatro.Quando choras, sorris por dentro, quando gargalhas, sorris por dentro, silêncio, silêncio, respiração, respirãção, diafragma, diafragma, chora, pausa, ri, pausa, estremece, estremece, nervos, nervos, respiração, silencio, sorriso...whatever
a vida é mesmo ridicula...bom trabalho este tambem
beju********

Anónimo disse...

cala as palavras e sorri, o olhar ainda fala mas não tem com quem falar.

eu