quarta-feira, julho 21, 2004

Naqueles Dias Que Não Existo

As folhas de papel são rasgadas
na tarde em que senti
que tudo o que gostava se desprendeu
do meu amor e dos meus braços.
dobrar-me perante as mentiras
e quebraria os dedos de tanto escrever.
que palavras vais usar, para
me dizeres adeus desta vez
que sempre te amei e
te vejo romper o tecido do
nosso amor, só por ti.
És tu, o meu respirar inacabado,
o teu melancólico olhar
as minhas interjeições de imperfeição,
os passos ao andar são
a minha existência irónica e
completamente defeituosa.
tudo o que queres, é um nada
é um circo de malabarismos falhados,
uma noite diluida no dia, é
a morte de quem nunca
soube festejar os valores que
teve entre os dedos, deixando-os escapar.
se de perdão falasse,
trinta e quatro mil desculpas
fazia suar para te ter,
para não ires, para não pisares
a poeira do caminho do esquecimento
e ficares aqui, perante os meus olhos
à frente do meu corpo.
com desculpas aceites
nessa tua avaliação imptuosa,
sem saber o que é o amor.
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fim
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HUGO SOUSA

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