quarta-feira, dezembro 13, 2006

Algumas Palavras Brancas Em Fundo Branco: Invisível

"Fodasse, tenho pena porque não existem coisas totalmente puras mas digo que existem coisas quase puras. Consigo gostar-te todos os dias mesmo que tu não gostes, e isto é quase puro. Seria mais normal se todo o meu sentimento fosse transportado para o nível em que poderia ser o teu a dominar e a controlar, até conseguia gostar de ti apenas da mesma forma que tu sentes e perder-se-ia a pureza quase atingida. Quase que não sabes nem imaginas, quase, o volumoso espaço e a grandiosidade crescente desta faca afiada espetada no coração - acaba por ser tão significante - que faz jorrar sangue alimentador em forma de rega ao meu, mais que tudo, gostar de ti. Sobe-me a felicidade, dos pés à cabeça, se souber que vives e permaneces nos dias em tons de contentamento - sinto um bem estar cerrado em mim quando sei que sorris - soberano; enfeitas-me de consolo assim.

Traz eupatia.

Dá-me essa belisária que tens no bolso, os dias têm ocorrido com sol e algum frio, manda-a ao ar para eu acreditar que posso dar saltos daqui ao céu e apanhá-la, lança-a ao rio e eu crio a metamorfose perfeita que me permita alcançar a mais profunda profundidade. Nessa altura a luz é capaz de lá chegar.
Fica o teu rasto comigo, aquelas tatuagens afincadas mesmo com pouca presença, deixas esse olhar que me alucina e trago amorosamente fotografado nas palmas das mãos que querem tapar-me a vista aquando te olho.

Vou sempre zelar pelo teu bem estar.

Fala-me das coisas mais simples que queiras dizer-me, irei sempre ouvir-te com toda a atenção até mesmo se, um dia, ficar surdo...vou gostar que me contes as coisas mais simples que me queiras falar: não preciso de te ouvir, vou simplesmente continuar assim, a sentir-te."

Hugo Sousa
13 Dezembro 2006

1 comentário:

Filipa disse...

Um texto totalmente puro aos meus olhos se estiver cega posso ler o invisível. Porque gosto e gostar é sentir.